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Arquivo da tag: Laphroaig
Neste sábado, 30/01, a partir das 18h, mais um “Festival de Whisky Alto Mar” em Brasília!
O Alto Mar é um festival que traz um pouco da melhor produção mundial de whisky para Brasília. Propomos realizar uma dupla tarefa: trazer para o público whiskies de alta qualidade que não estão inseridos no mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, desmitificar a ideia de que whisky não pode ser apreciado de forma leve e divertida.
Nessa edição a homenageada é a principal região produtora de whisky na Escócia: Speyside. Trata-se de uma pequena região ao norte escocês que cerca o rio Spey e que concentra cerca de 50% das destilarias de todo o país. Lá se encontram algumas das maiores e mais conhecidas destilarias de whisky produtoras do que se tornou o principal estilo de single malt até hoje.
Haverá durante vários passaportes de degustação e todos os whiskies do cardápio, que contam com mais de 60 opções entre single malts, bourbons e blendeds, estarão com 10% de desconto:
Passaporte Degustação 1 – R$ 162,00 (Benromach 10, Glenfiddich 15, Glenlivet 18, Balvenie DoubleWood 12 e Glenglassaugh Revival)
Passaporte Degustação 2 – R$ 68,00 (Cardhu 12, Glen Grant, Glenfiddich 12 e Glenlivet 15)
Passaporte Degustação 3 – R$ 134,00 (Glenfarclas Heritage, Glenfarclas 10, Glenfarclas 12 e Glenfarclas 15)
Para quem quer conhecer um pouco dos principais estilos e regiões do mundo do whisky, outras duas opções de degustações também estarão disponíveis:
Passaporte Degustação 4 – R$ 120,00 (Glenfiddich 15, Glenmorangie La Santa 12, Laphroaig Quarter Cask e Woodford Reserve)
Onde: Objeto Encontrado (CLN 102, Bloco B)
Quando: 30 de Janeiro, às 18h
Mais Informações: 61 30818383/ 61 81414881 (Lucas Hamú)
Link do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1518352255125582/
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Com a tag Balvenie, Benromach, Cardhu, Glen Grant, Glenfarclas, Glenfiddich, Glenglassaugh, Glenlivet, Glenmorangie, Laphroaig, Woodford Reserve
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Por Alexandre Campos
Os nomes das destilaria de whisky na Escócia são normalmente uma “dor de cabeça” até para os mais experientes. Como se pronuncia “Laphroaig”?
Sem entrar nos detalhes e simbolismos fonéticos, seria /lafroáigui/ ou /lafróigui/? Pequenas, mas importantes diferenças. A segunda está correta. E como saber? Existem alguns sites e blogs que ajudam, e muito, a pronunciar corretamente o nome da sua destilaria de scotch favorita. Listamos alguns:
www.dcs.ed.ac.uk/home/jhb/whisky/pronounc.html
www.whiskyforeveryone.com/whisky_basics/scottish_pronounciation.html
Caol Ila não é /Kaol Ila/, mas /Koolila/!
E o significado dos nomes? Tampouco é simples já que boa parte das destilarias irlandesas e escocesas deriva o nome do Gaélico, língua ancestral desses povos do norte do Reino Unido e Irlanda.
O infográfico a seguir é bem interessante para desvendar os significados da maioria das destilarias de whisky que apreciamos.
Bem legal, não?
Glen = Vale
Ben = Montanha
Abhainn ou Allt = Rio
Dubh ou Dhu = Negro
Craig = Rocha
Loch = Lago
Cnoc, Tam ou Tor = Morro, Colina
Vulin = Moinho
Mór ou Mhor = Alto
Ard = Elevação, Penhasco
Inch = Ilha
Dal ou Dail = Campo, Pradaria
Agora vocês já sabem um pouco mais do que está por trás daqueles nomes estranhos em Gaélico. Só resta acertar na pronúncia.
Slàinte Mhath!
A química por trás do whisky é bastante intrigante.
Compostos fenólicos contribuem com aromas e sabores enfumaçados e amargos. O cresol, da família fenólica, é que fornece as características medicinais encontradas, por exemplo, em maltes como o Laphroaig.
As lactonas encontradas nos barris de carvalho passam sabores e aromas amadeirados, de coco e apimentados. Os aldeídos também fornecem sabores e aromas amadeirados e apimentados, como as lactonas, mas além disso contribuem com características de cereais, vegetais e baunilha.
Os sabores e aromas frutados de pera, maça, banana, por exemplo, vêm dos ésteres. A maioria dos whiskies é filtrada a frio para retirar os ésteres, que quando resfriados se condensam deixando a bebida com um aspecto turvo.
Mais detalhes no interessante infograph abaixo.
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Com a tag Curiosidades & Educação, Laphroaig, Single Malt, Whisky & Curiosidades
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Por Michel Hansen
Continuando a série “Fatores que influenciam o sabor do whisky”.
De todos os fatores que influenciam o aroma e o sabor do whisky, a turfa certamente é o mais característico e evidente.
Antigamente, boa parte dos whiskies escoceses eram “turfados”, em consequência do uso da turfa na secagem da cevada maltada. Com o tempo, fontes alternativas para realizar esta secagem foram surgindo e a turfa, pouco a pouco, deixada de lado. Como resultado, os whiskies também foram se tornando cada vez menos “enfumaçados”.
Os whiskies de sabor fortemente defumado ficaram um tanto fora de moda já que a preferência dos apreciadores caminhou na direção de destilados mais suaves e frutados. O que vemos hoje, entretanto, é o ressurgimento de um forte interesse nos whiskies enfumaçados.
A turfa nada mais é do que o acúmulo de matéria vegetal parcialmente carbonizada, normalmente encontrada em áreas alagadas e húmidas. Estes “pântanos” começaram a se formar há cerca de 10.000 anos e podem chegar a 10 metros de profundidade.
Na Escócia, as turfeiras abrangem mais de 12% do total do território. Depois de ser retirada, cortada e seca é usada como combustível em algumas atividades. Na indústria do whisky a aplicação está em seu uso para gerar os vapores quentes que secarão a cevada, interrompendo assim o seu processo de germinação artificial.
Com baixo poder calorífico, a turfa possui alto teor de umidade e quando queimada gera uma fumaça que seca parcialmente o malte e o impregna com um aroma defumado característico, também chamado de aroma turfoso. A duração do processo de secagem da cevada maltada, a partir de fornos com turfa, é que ditará a intensidade dos sabores e aromas “enfumaçados” encontrados em um whisky.
As substâncias que dão sabores e aromas defumados ao malte são chamadas fenóis e medidas em partes por milhão (ppm). Whiskies com forte sabor defumado, como Lagavulin e Laphroaig, têm cerca de 35 ppm de fenóis. Já o Ardbeg, ainda mais “turfado”, tem aproximadamente 50 ppm. O malte mais enfumaçado já produzido é o Octomore, da destilaria Bruichladdich, com uma concentração de 167 ppm de fenóis.
Recentemente, a procura pelos whiskies defumados tem aumentado. Como reflexo do interesse dos aficionados em obter um sabor marcante para o seu whisky, algumas destilarias retomaram a tradição de usar a turfa na secagem da cevada. Estão produzindo, dessa forma, uma bebida que remete às origens da produção de whisky, com aromas e sabores terrosos, fuliginosos, defumados e de alcatrão.
Os whiskies enfumaçados e turfados têm uma legião de fãs no mundo inteiro, mas seus sabores e aromas podem ser um desafio aos apreciadores menos experientes e iniciantes.
Michel Hansen
Atuando na área de tecnologia, seu interesse em se aprofundar no encantador mundo do whisky começa em 2011. Desde então, Michel Hansen vem procurando estudar e conhecer todos os detalhes sobre essa grande bebida. Assina o Blog “Desvendando Whisky” (www.desvendandowhisky.blogspot.com.br).
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Com a tag Ardbeg, Bruichladdich, Lagavulin, Laphroaig, Octomore
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O 3 de abril de 2013 foi palco de uma noite histórica em Brasília para os que apreciam uma boa bebida. Pela primeira vez a Associação Brasileira de Sommeliers do Distrito Federal (ABS-DF) estava realizando um evento com destilados. E a iniciativa não poderia começar melhor senão pelo mais nobre deles: o Scotch Whisky.
A simbiose ABS-DF & Single Malt Brasil foi um sucesso. Boa parte dos participantes já tinha algum conhecimento sobre vinhos e fizeram, portanto, perguntas interessantes referentes ao elo whisky-vinho decorrente do uso de barris usados de Jerez e Porto para se envelhecer whisky escocês.
Ao todo 6 whiskies foram degustados: Whyte & Mackay 22 anos, Laphroaig 10 anos, Whisky Surpresa, Famous Grouse Blended Malt 12 anos, Macallan 12 anos e Glenmorangie Lasanta 12 anos.
Ao final do evento o pessoal já estava perguntando quando seria a próxima degustação/curso. E alguns já se adiantavam dando sugestões: “tem que ser cachaça”, “faz uma de rum”, “serial legal cognac”…Ideias não faltam. A Single Malt Brasil trabalhará na realização de eventos de destilados, em parceria com a ABS, não só em Brasília, mas também em outras cidades de nosso vasto país.
Agradecemos a presença de todos que abrilhantaram nossa noite ontem!
A essa altura você deve estar se perguntando qual foi o Whisky Supresa. Bom, quem esteve lá soube qual foi. Até a próxima!
Lips that touch wine shall never touch mine — slogan feminino a favor da Lei Seca americana
Tennessee, sul dos Estados Unidos. Lugar conservador para certos padrões, onde ainda impera a Lei Seca em alguns condados. Na pequena cidade de Lynchburg, condado de Moore, o único lugar onde se pode comprar bebida alcoólica é na destilaria da Jack Daniel’s, que tem licença especial para a venda de whiskey. De fato, ainda hoje há condados, em muitos estados americanos, onde a venda de bebidas alcoólicas é rigorosamente proibida — são os dry counties (condados secos).
Mas, para quem aprecia um bom trago, a situação já foi muito pior na terra do Tio Sam. Em 17 de janeiro de 1920, os Estados Unidos implementavam a 18ª Emenda Constitucional (18th Amendment). Associada a ela estava o Volstead Act, conjunto de leis concebidas e escritas pelo procurador da república, Wayne Wheeler, e encabeçadas pelo congressista republicano Andrew Volstead.
A partir daquela data, toda a produção, comercialização e consumo de bebidas com mais de 0.5% de álcool estavam proibidos na totalidade do território americano. Um dos experimentos sociais mais controversos da história do país, com consequências inesperadas e desastrosas para a toda a sociedade.
Algumas pequenas exceções eram feitas, como o uso de whiskey por prescrição médica ou em rituais religiosos. Os Estados Unidos passaram, do dia para noite, a ser uma nação cheia de rabinos, padres, reverendos — e também de doentes que buscavam a cura no whiskey. Até o single malt escocês Laphroaig conseguiu entrar no país como medicamento. Sabemos que ele se diferencia por um sabor medicinal, presente também em outros whiskies da ilha de Islay, mas daí a dizer que é um santo remédio…
Uma coisa era criar a lei, outra seria aplicá-la. Na época, o governo central e os estados americanos encontravam-se totalmente despreparados para lidar com o Volstead Act. Não havia policiais, guarda costeira ou juízes suficientes para combater o comércio de bebidas e os fora da lei, fruto da completa desorganização e da falta de planejamento dos governantes e legisladores. Isso sem falar das autoridades locais que se opunham à legislação, como Edward Edwards, governador democrata de New Jersey, que declarou que seu estado não aderiria à Lei Seca — “New Jersey will remain as wet as the Atlantic Ocean…”
A nação estava completamente dividida entre os que eram a favor da proibição (drys — secos), em sua maioria de republicanos, e os que eram contra (wets — molhados). A divergência estendia-se aos produtores: alguns aderiram à lei imediatamente, enquantos outros resolveram atuar na ilegalidade. Como, por exemplo, os fabricantes do whiskey Templeton Rye, que há pouco tempo tive a oportunidade de degustar no Brandy Library, excelente bar de destilados em Nova Iorque.
O que provei foi uma versão do Templeton Rye, um whiskey com 51% de centeio, chamada Prohibition Era que até hoje usa a receita da época da Lei Seca. Isto mesmo: o pessoal da Templeton seguiu produzindo clandestinamente seu whiskey, durante os 13 anos em que a Lei Seca esteve em vigor…
Foi aí que entendi por que o balanceado e aromático Templeton Rye era o whiskey favorito do mais famoso gângster da história americana, Alphonse Gabriel Capone, o lendário Al Capone. Reza a lenda que esse whiskey conseguiu entrar até mesmo na seguríssima prisão de Alcatraz, onde o célebre Scarface cumpriu pena por quase 5 anos, depois de haver feito fama e fortuna com o comércio ilegal de bebidas na época da Lei Seca.
O Templeton Rye Prohibition Era vale por ser um belíssimo destilado com aromas de cedro e impactantes sabores de especiarias como cravo, canela e noz-moscada. Onde estavam com a cabeça os governantes americanos para proibirem seus compatriotas de deleitarem-se com essa maravilha…?
A história diz que a Lei Seca americana veio com o intuito de combater o alcoolismo e todas as mazelas correlatas, como a violência. Mas o que se vivenciou foi exatamente a multiplicação, como nunca antes, de diversos problemas sociais.
O comércio ilegal de bebidas era extremamente lucrativo, e financiou não só Al Capone, mas todo o crime organizado da época. Os territórios (mercados) de distribuição de bebidas como o whiskey eram disputados violentamente. Coisa muito parecida com que acontece hoje com o tráfico de drogas, no Rio de Janeiro e em outros grandes centros urbanos do País.
A audácia dos criminosos era tanta que eles chegaram a reunir-se uma vez em Atlantic City com a ideia de dividir as áreas de atuação de acordo com a repartição jurisdicional implantada pelo Federal Reserve (Banco Central americano). Seria uma forma de evitar conflitos e mais violência.
Corria sangue na Chicago da década de 20, onde Al Capone atuava, mas jorrava também muito whiskey e rum. O primeiro, contrabandeado principalmente do Canadá; o segundo, do Caribe.
A Lei Seca americana nunca tornou os Estados Unidos realmente dry, provando ser um completo fracasso. Al Capone, por exemplo, não foi condenado pelo tráfico e contrabando de bebidas alcoólicas, mas por sonegação fiscal.
Se não fossem Michael Jordan e o fabuloso time do Chicago Bulls da década de 90, a cidade de Chicago ainda teria como único ícone o eterno inimigo do intocável Eliot Ness. E talvez, se não fossem a depressão econômica e a necessidade de gerar receita fiscal com a taxação de bebidas alcoólicas, os EUA ainda poderiam estar vivendo na maior “secura”. Para o desespero de americanos como Humphrey Bogart, para quem todo homem nasce com duas doses de whiskey abaixo do normal…
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Com a tag Jack Daniel's, Laphroaig, Templeton Rye, Tennessee Whiskey
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O Reino Unido segue em festa com o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. Não faltam comemorações por todas as cidades da ilha mais poderosa do mundo.
E como será que o Príncipe Charles está celebrando o Jubileu de sua mãe? Difícil saber os detalhes, mas temos certeza do que ele está bebendo nos eventos de comemoração.
O Príncipe de Gales nunca deixou de declarar sua preferência pelo whisky Laphroaig. Sua alteza já visitou a destilaria duas vezes, e na primeira visita em 1994 conferiu a Royal Warrant, o selo Real, ao Laprhoaig e autografou várias garrafas. Até uma edição especial foi lançada na ocasião, o Laphroaig 10 Year Royal Warrant.
Na segunda visita em 2008, ele autografou uma garrafa do Laprhroaig 40 anos e dois barris, também com maltes de 40 anos. E todos falam até hoje com orgulho da passagem do Príncipe por lá. Há fotos das duas visitas espalhadas pela destilaria.
E Charles não está sozinho quando o assunto é whisky, já que o Laphroaig é um dos maltes mais admirados da Escócia. Com seu peculiar sabor medicinal e enfumaçado, o Laphroaig vem crecendo em popularidade e conquistando mais seguidores a cada dia que passa.
Ao chegar a Laphroaig, pude perceber que estava diante de mais outra grande e tradicional destilaria escocesa. Construída em 1810, a destilaria seguiu produzindo ilegalmente até 1815, quando então recebeu licença oficial para a produção de whisky. Atualmente, a Laphroaig pertence ao grupo Beam, os mesmos donos do famoso Bourbon Jim Beam e do Blended escocês Teacher’s, que leva bastante malte da Laphroaig, por sinal.
O príncipe Charles já esteve por lá duas vezes. Na primeira visita, em 1994, sua alteza quase morre ao tentar pousar o avião que pilotava em alta velocidade. Na segunda vez, em 2008, já casado com Camilla Parker, a visita do Príncipe se deu sem sustos. Fotos do ilustre visitante estão espalhadas por toda a destilaria, da qual o príncipe é grande fã. Dizem que seu Single Malt favorito é o Laphroaig 15 anos, já retirado de circulação e substituído pela versão de 18 anos.
A visita a esse verdadeiro templo do whisky foi marcante. Entre os momentos inesquecíveis está a hora em que passei a fazer parte do “Friends of Laphroaig”, fincando a bandeira do Brasil no pequeno pedaço de terra que me alocaram na destilaria… Também tive a oportunidade de ver pela primeira vez um depósito com “peat”, a turfa que é colocada no forno para secar a cevada maltada. É por causa dessa turfa que o Single Malt da Laphroaig e os de Islay, excluindo o Bunnahabhain, tem um peculiar sabor enfumaçado.
O Laphroaig também tem um forte sabor medicinal que nem sempre é encontrado em outros maltes turfados de Islay. Curiosamente, essa característica permitiu que ele fosse exportado para os EUA como remédio, durante o período da Lei Seca americana.
Terminada a segunda visita, peguei carona até a Lagavulin com um grupo de alemães fascinados por whiskies. Fundada em 1816, a destilaria pertence atualmente à Diageo, os mesmos donos da marca Johnnie Walker.
Minha passagem pela Lagavulin foi rápida, já que a destilaria estava em manutenção anual e fechada para visitação. Após saborear uns bons Single Malts na aconchegante sala de estar deles e comprar algumas garrafas raras, segui com meus novos amigos alemães para a vila de Port Ellen, onde passaria a noite antes de ir para a vila de Bowmore.
Publicado em Destilarias & Viagens
Com a tag Bowmore, Bunnahabhain, Islay, Jim Beam, Lagavulin, Laphroaig, Port Ellen, Teacher's
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Por Alexandre Campos
Islay (pronúncia “ai-lá”) é uma pitoresca e convidativa ilha situada na costa oeste da Escócia, na altura de Glasgow. Dona de uma paisagem única, a ilha apresenta uma atmosfera bucólica aos seus 3.500 habitantes, e tem os campos de golfe entre seus principais atrativos. Mas para aqueles que não apreciam o nobre esporte, Islay oferece algo ainda mais especial. A ilha abriga sete das principais destilarias de whisky da Escócia.
Os maltes de Islay, com seu peculiar sabor de turfa queimada, ganharam prestígio e um status “cult” por admiradores do mundo inteiro. Todo apreciador sério de Single Malt whisky tem ao menos um de Islay entre seus preferidos — o meu é o Lagavulin. E não é por menos. Frequentemente os Single Malts de Islay atingem notas altíssimas em degustações conduzidas por whisky connoaisseurs de todo o mundo.
Como seguidor do culto ao bom malte, minha peregrinação por Islay começou em uma manhã de sábado, dia 28 de agosto de 2010. No aeroporto me esperava o taxista Mr. Lamont Campbell, que ao ver minha câmera fotográfica logo perguntou se aquela era uma visita jornalística. Respondi que meu negócio não eram as letras, e que as únicas que me levaram até ali eram as dos rótulos das garrafas de whisky… Para minha surpresa, Lamont revelou: “gosto mais de vinhos, mas de vez em quando aprecio uns whiskies Blended, que são mais suaves que os Single Malts”. Segui conversando com meu novo amigo sobre o Brasil e a Escócia, enquanto apreciava a paisagem pela janela até chegarmos à Ardbeg.
A destilaria, fundada em 1815, passou por várias crises e chegou a fechar em algumas ocasiões. Minha guia por lá foi Bryony MacIntyre, uma jovem estudante de Engenharia Química de Glasgow que, apesar da pouca idade, sabe tudo sobre as técnicas de destilação e fermentação, fazendo jus a sua faculdade. A jovem disse que reserva os verões para o trabalho na destilaria, da qual o pai, Ruaraidh MacIntyre, é “stillman”. Ou seja, é Ruaraudh quem opera os destiladores da Ardbeg, uma das principais funções dentro de uma destilaria de whisky. Nesse clima familiar, Bryony revela: “boa parte da minha família trabalha ou trabalhou na Ardberg ou em alguma das destilarias de Islay”. A jovem é atualmente embaixadora da destilaria na Escandinávia.
Bryony me explicou que a Ardbeg esteve fechada de 1981 a 1989 (duros tempos os de “80″, e década perdida na América Latina). Em 1997, foi comprada pela Glenmorangie Plc, a famosa destilaria nas Highlands que pertence atualmente ao grupo francês Louis Vuitton Moet Hennessey (LVMH). Mesmo passando por tantas provas, a Ardbeg segue em funcionamento, produzindo um dos maltes mais saborosos e enfumaçados de toda a Escócia. O malte da Ardbeg contém 55ppm de fenóis, medida acima da média de 35ppm de fenóis das outras destilarias de Islay. Ao final de minha visita tive o enorme prazer de saborear com Bryony várias edições dos Single Malts da Ardbeg. A menina não só entende de whisky, como também aprecia a bebida.
Meu passeio pela Ardbeg havia chegado ao fim. Diante da possibiliadade de chuva, a funcionária do centro de visitação, Emma McGeachy, gentilmente me ofereceu um carro da própria destilaria para que me levasse à próxima parada: Laphroaig. Durante minha estada em Islay, pude comprovar que a boa vontade dos seus habitantes é tão comum como as mudanças de clima naquela região. Sentia-me em casa com tamanha hospitalidade…
Tão vasta quanto a diversidade dos aromas e sabores do whisky é a desinformação a respeito da bebida. Isso torna o assunto campo fértil para o surgimento de mitos e das famosas lendas urbanas em relação ao whisky.
Muitos parecem estar interessados apenas com o lado glamouroso da bebida, escrevendo sobre os astronômicos preços de algumas garrafas ou que tal whisky foi criado em homengam a tal Rei ou Celebridade. Nada de errado, gostamos desse lado da indústria também. Mas nos preocupamos, entretanto, com as características dos líquidos dentro das caras garrafas e com seus aspectos técnicos.
Talvez o primeiro mito a ser derrubado é de que o Single Malt é superior ao Blended. Existem no mercado Single Malts ruins e Blendeds maravilhosos, e vice-versa. O Blended whisky teve o seu valor histórico no desenvolvimento da indústria e continua agradando uma legião de apreciadores no mundo inteiro.
O detalhe é que os Blendeds, com suas especificidades, são feitos para agradar uma gama maior de consumidores. Apresentando, portanto, sabores e aromas mais suaves e menos encorpados do que o de um Single Malt. Se você não é chegado a sabores enfumaçados gostará mais do Blended Chivas do que de Single Malts como Laphroaig ou Talisker.
O segundo mito é o do whisky escocês de 8 anos no mercado brasileiro. A idade de um Scotch só está definida se estiver explícita no rótulo da garrafa. Assim é a regra determinada pela Scoth Whisky Association. Essa atribuição arbitrária de idades de Scotch Whisky no Brasil deve existir por uma questão aduaneira que classifica os whiskies em até 8 anos, até 12 anos e mais que 12 anos para efeitos de aplicação de impostos de importação. Mas é uma aberração que já tinha de ter sido consertada há muito tempo a bem do consumidor. Logo, não saia por aí dizendo que tomou um Red Label 8 anos, ou um Blue Label 21 anos. Esses whiskies são excepcionais, mas não têm idades definidas.
Quem nunca escutou que whisky escocês é melhor que outros whiskies? Muitos whiskies japoneses vêm recebendo diversos prêmios em competições internacionais ajudando a derrubar um pouco esse terceiro mito. Sem dúvida a Escócia é o país com mais tradição na produção da bebida e com o maior número de destilarias em atividade. E é notória a grande reputação e qualidade do whisky escocês. Mas existem whiskies americanos e japoneses, por exemplo, de qualidades superiores aos escoceses. E como diz o ditado popular: “gosto não se discute”. Se você acha o whiskey irlandês o melhor do mundo, quem somos nós para afirmarmos o contrário?
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Com a tag Black Label, Blue Label, Chivas, Gold Label, Green Label, Johnnie Walker, Laphroaig, Red Label, Talisker
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