Arquivo da tag: Glenmorangie

Balvenie DoubleWood 12 anos — A Arte de David Stewart

Estamos inaugurando hoje uma seção de artigos trazendo descrições, notas de degustação e vídeos legendados dos whiskies disponibilizados em nossa loja virtual (www.lojadewhisky.com.br). Vale a pena ressaltar que as notas de degustação e os respectivos vídeos também se encontram na descrição dos whiskies no site de nossa loja.

E começamos pelo Balvenie DoubleWood 12 anos. Um Single Malt com um caráter distinto maturado primeiramente em barris de carvalho americano, e transferido posteriormente para uma curta maturação em ex-barris de vinho Jerez usados pela primeira vez para maturarem whisky.

O resultado é um Single Malt mais complexo, encorpado e rico em aromas e sabores do que normalmente se encontraria em uma maturação em um único tipo de barril.

Notas de Degustação

Aparência: Âmbar.

Olfato: Complexo e delicado. Laranja, baunilha, Jerez e mel.

Paladar: Complexo e frutado. Especiarias, nozes, baunilha, couro, laranja, canela, passas e figo.

Fim de boca: Médio para longo.

Essa técnica de uma maturação extra em um segundo tipo de barril, chamada atualmente de finishing, ou acabamento, foi desenvolvida na Balvenie por David Stewart, Malt Master da destilaria, ainda na década de 80. Mas muitas outras destilarias também reinvidicam o pioneirismo, como é o caso da Glenmorangie. O fato é que nunca vamos saber de fato quem lançou a inovoção, e preferimos ficar, portanto, com a versão de David Stewart, como contada no vídeo a seguir.

Publicado em Notas de Degustação / Vídeos | Com a tag , | Deixar um comentário



O que falta a nossa cachaça?

Por Alexandre Campos

Nosso destilado acabou de ser reconhecido pelo governo americano como um produto  de denominação de origem brasileira. Dessa forma, a cachaça não precisará mais ser reconhecida como Brazilian Rum no mercado americano, podendo usar o nome de “cachaça” para efeitos de rótulo, marketing e comercialização.

Vitória e valorização do nosso produto no exterior. Motivo de orgulho para todos nós brasileiros em uma longa briga que conseguimos ganhar na base da negociação (já que reciprocamente reconhecemos também os whiskies Bourbon e Tennessee) e da insistência junto as autoridades americanas — afinal, somos brasileiros e não desistimos nunca, não é verdade?

Apesar da boa notícia, alguns produtores e apreciadores de cachaça ainda se queixam de que nossa bebida tem que ser mais valorizada não apenas no exterior, mas principalmente em nosso próprio país.

Fazendo um contraponto e tentando entender a queixa, a primeira pergunta que temos que fazer é: o que se entende por valorização de uma bebida?

A cachaça Pirassununga 51, por exemplo, é o segundo destilado mais consumido do mundo. Está atrás apenas da vodka Smirnoff, de acordo com os dados de 2011 da consultoria Drinks International (http://drinksint.com/news/categoryfront.php/id/38/Millionaires.html)

O segundo destilado mais vendido do mundo

E a nossa Pitú está na sexta posição. Portanto, duas cachaças brasileiras são mais consumidas que o whiskey Jack Daniel’s. E dos dez destilados mais consumidos do mundo, temos duas cachaças e apenas um whisky escocês, o Johnnie Walker.

A Velho Barreiro está na décima primeira colocação. Nada mal, não? Resumindo, três cachaças e apenas um whisky escocês entre os onze destilados mais consumidos no mundo.

Voltamos a pergunta original: a nossa cachaça é valorizada?

Parece que sim de acordo com os números do mercado global. O brasileiro parece gostar, comprar e consumir cachaça. Já que não podemos creditar o alto consumo da bebida apenas ao mercado externo.

— Ah, mas meus amigos não tomam cachaça na balada. Eles tomam whisky!

— Mas qual whisky eles pedem? É Old Eight?

— Não, esse não. Eles pedem uns sofisticados…

Bom, nesse caso não estamos falando apenas das características organolépticas  e das qualidades de uma bebida, mas do status social e prestígio proporcionados por ela. O assunto passa a ser de classes sociais e a discussão muda de figura.

E lembramos que não é todo whisky que projetará uma imagem de qualidade, prestígio e sofisticação entre os consumidores. Por que não valorizamos mais os whiskies Drury’s e Natu Nobilis?

Se a questão é que não valorizamos nossa cachaça com uma bebida Premium, algumas coisas têm que mudar então. A começar pela garrafa e embalagem de nossas cachaças. Me desculpem os puristas avessos ao marketing, mas a apresentação visual importa tanto quanto o líquido em si no segmento de bebidas Premium.

Anísio Santiago e Glenmorangie Quinta Ruban

 

Adoro as cachaças Anísio Santiago, Salinas e Germana. São bebidas de excelente qualidade e as comparo a grandes whiskies. Mas não dá para esperar que o grande público, que não conheça tanto de bebida, ou o mercado internacional, chegue a mesma conclusão de que essas cachaças sejam bebidas de qualidade Premium julgando-se apenas pela apresentação visual. Em muitos casos, a primeira impressão é a que fica.

Publicado em Cachaças de Alambique | Com a tag , , , , , , , | Deixar um comentário