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Alguns Mitos Sobre Whisky – Parte IV

Um dos mitos mais intrigantes se refere a adição de água ou gelo ao whisky. É comum escutarmos a célebre frase em relação ao nosso oitavo mito “…o whisky levou tanto tempo para perder a água, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”.

O whisky levou mesmo muito tempo para perder a água? Quando que o whisky levou muito tempo para perder água? Durante o processo de destilação? Ou durante a maturação em barris de carvalho?

O processo de destilação leva apenas algumas horas para separar a água do álcool. O que não é tanto tempo. Podemos até dizer então que “…o whisky levou tão pouco tempo para perder água durante a destilação, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”.

Durante a maturação em barris de carvalho o whisky perde mais álcool do que água. A razão é simples, e explicada pela química. Álcool é mais volátil e evapora mais rápido do que a água. E podemos modificar a célebre frase da qual falávamos para “…o whisky levou tanto tempo para perder álcool, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”. Que fique claro, portanto, que a maturação em barris de carvalho é para adicionar sabores e aromas ao whisky, e não para retirar sua água.

A função da maturação em barris de carvalho não é de retirar água do whisky, mas sim de adicionar sabores e aromas à bebida final

 

Os próprios produtores adicionam água ao whisky antes do seu engarrafamento de modo a reduzir sua graduação alcoólica para 40%. Busca-se, dessa forma, agradar com uma bebida menos alcoólica o paladar da maioria, que não apreciaria os chamados whiskies “cask strengths” saídos diretos dos barris.

A água apenas dilue os sabores da bebida. Já o gelo, “fecha” seus sabores e aromas. Portanto, ambos não são recomendáveis para quem quer apreciar o whisky em sua totalidade.

Já escutou que a grafia “whisky” só pode ser usada na Escócia, ou que nos EUA a grafia tem que ser “whiskey” com “e”? Está aí o nono mito!

Repare na grafia "whisky" no rótulo do Bourbon Maker's Mark

 

“Whisky” é usado em outros países também. Não existe patente sobre a palavra “whisky”, que é, de fato, usada também para descrever os whiskies japoneses e canadenses. Nos EUA as duas formas de grafia estão corretas. Há muitos whiskies americanos que são denominados de “whisky”, e o Bourbon Maker`s Mark é apenas um deles.

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Alguns Mitos Sobre Whisky – Parte III

Os mitos não ficam restritos apenas ao whisky escocês. É fácil encontrarmos também inúmeros equívocos com relação ao whisky americano.

Rótulo do Bourbon Jim Beam mostrando a expressão "Straight"

Continuando nossos artigos anteriores, seguimos com o nosso sexto mito. Ao contrário do que a maioria propaga, Bourbon não precisa ser envelhecido por no mínimo 2 anos. Essa idade mínima refere-se apenas ao Straight Bourbon. Portanto, quando se deparar com uma garrafa de whisky Bourbon contendo no rótulo a expressão “Straight”, pode ter certeza que trata-se de um whisky envelhecido por no mínimo 2 anos em barris de carvalho tostados e virgens.

O sétimo mito: Jack Daniel’s não é Bourbon, e sim Tennessee whisky já que usa em sua produção o processo de filtragem conhecido como charcoal mellow. E quem disse que esse processo de filtragem é exclusivo ao Tennessee whisky? Ou ainda, quem disse que os whiskies do tipo Bourbon não podem usar esse tipo de filtragem?

Não vamos questionar como o produtor chama o seu próprio whisky, mas o fato é que poderíamos enquadrar atualmente o Jack Daniel’s na categoria de Bourbon dado que: i) não existe nada na legislação que impeça os produtores de Bourbon de usarem o processo charcoal mellow; e ii) não existe legislação que obrigue o Tennessee whisky a usar esse método de filtragem.

Filtros de carvão de maple tree, pelo qual cada gota do Jack Daniels passará, de forma a retirar impurezas e deixar o whisky mais suave

Filtros de carvão de maple tree, que retirará as impurezas e deixará o Jack Daniel's mais suave

 

E por que então os produtores de whisky do Tennessee decidiram se distinguir dos produtores de Bourbon? Apesar dos dois tipos de whisky serem muito semelhantes e produzidos de maneira muito parecida, os produtores do Tennessee não quiseram se enquadrar as regras rígidas do Bourbon. Mantendo, dessa forma, a liberdade de produzirem seu whisky como lhes convier. Além disso, existe a questão de marketing de se diferenciarem dos produtores de Bourbon ao chamarem seus whiskies de Tennessee whisky se destacando, portanto, dos demais.

Como vimos, não é só de mito que vive o whisky escocês, o americano também.

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A Voz e o Whiskey

Basically, I’m for anything that gets you through the night — be it prayer, tranquilizers or a bottle of Jack Daniel’s.
Frank Sinatra

Unanimidade na música é algo raro, mas é difícil encontrar alguém que não goste da doce, suave e, ao mesmo tempo, potente voz de Frank Sinatra. Quem nunca se encantou com My Way, Strangers in the Night ou a célebre New York, New York?

Start spreading the news, I’m leaving today, I want to be a part of it, New York, New York

Não foram poucos os amores começados tendo como pano de fundo as canções do Gênio. E Sinatra também tinha as suas paixões. As mulheres eram uma, para as quais mandava flores; e o whiskey Jack Daniel’s era outra. Com “Jack” era visto frequentemente, o que lhe rendeu o apelido “Barítono do Bourbon” (The Bourbon Baritone). A alusão ao gosto do cantor pelo whiskey americano foi feita pelo jornal The Washington Post.

A Voz e o Whiskey

Frank Sinatra saindo do helicóptero com seu copo de whiskey

 

Francis Albert “Frank” Sinatra nasceu em New Jersey no dia 12 de dezembro de 1915, filho único de uma família de imigrantes italianos. Fez fortuna, encantou multidões, foi expulso da escola no segundo grau e, já famoso, chegou a ser acusado de envolvimento com a máfia.

Sinatra não largou seu amigo “Jack” nem no seu enterro. Reza a lenda que o cantor foi sepultado no dia 14 de maio de 1998 junto com um pacote de 10 moedas de 5 centavos, um maço de cigarros Camel, e uma garrafa de Jack Daniel’s…

I’ve lived a life that’s full. I’ve traveled each and every highway. But more, more than this, I did it My Way

Deixemos, agora, o whiskey de lado e sigamos com “A Voz” acompanhada de um dos maiores compositores da música popular brasileira.

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