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A Maior Garrafa de Whisky do Mundo!

A Famous Grouse fez história no último domingo ao lançar a maior garrafa de whisky do mundo e entrar no livro Guiness dos recordes. O evento de apresentação do Famous Grouse de 228 litros fez parte das celebrações de 107 anos da marca.

 

A enorme garrafa é suficiente para um total de 9,120 doses de whisky de 25ml. Nada mal para reunir uma grande roda de amigos para saborear o Blended whisky mais vendido na Escócia (sonhar não custa nada!). A garrafa ficará em exposição permanente na destilaria Glenturret, que é a casa do Famous Grouse.

228 Litros de Famous Grouse

O recorde anterior pertencia ao whiskey Jack Daniel’s que havia lançado ano passado uma garrafa de 184 litros. Mas também já pertenceu ao Single Malt Tomintoul que criou em 2009 uma garrafa que comportava 105 litros de whisky. Como podemos ver, a briga tem sido acirrada nos últimos anos para ver quem permanece com o título.

As destilarias e marcas de whisky têm se desdobrado recentemente para atrair a atenção do público consumidor. Ano passado, uma nave espacial não tripulada partiu da terra para o espaço, carregando consigo amostras do Single Malt Ardbeg com pedaços de carvalho. O experimento visa a identificar como whisky matura em gravidade zero.

Algumas pessoas dizem que já viram de tudo nessa vida. Mas cuidado quando o assunto se referir ao mundo do whisky, porque o que não falta é novidade.

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Mapa de Aromas e Sabores

Não sabemos a autoria do diagrama de sabores e aromas de Single Malts que segue abaixo. Recebemos a imagem por e-mail e infelizmente não é possível dar os devidos créditos, como normalmente fazemos. Apenas ressaltamos que o diagrama se inspira no mapa de sabores e aromas desenvolvido para a série dos Maltes Clássicos da Diageo, que se encontra na seção “Curso Básico de Degustação” de nosso site.

O diagrama é simples, mas algumas pessoas se confundem. Dessa forma, cabe uma pequena descrição de nossa parte.

São quatro os sabores e aromas descritos no diagrama: delicados, suaves, complexos e enfumaçados. Portanto teremos:

Quanto mais à direita > Mais complexo é o Single Malt

Quanto mais à esquerda > Mais suave é o Single Malt

Quanto mais acima > Mais enfumaçado é o Single Malt

Quanto mais abaixo > Mais delicado é o Single Malt

Toda a análise de um whisky é subjetiva e pessoal. Porém, de acordo com nossa experiência, o diagrama abaixo apresenta muito bem em linhas gerais alguns dos mais importantes Single Malts encontrados no mercado.

O Lagavulin, por exemplo, é um Single Malt bastante complexo e enfumaçado. E, portanto, teria que estar no canto superior direito do diagrama, como é o caso. Já o Ardbeg 10 é suave e enfumaçado, se encaixando bem no canto superior esquerdo.

São várias as combinações existente a partir do diagrama em questão e deixamos para vocês, nossos leitores, descubrirem por conta própria se as descrições acima fazem sentido. E por que não criarem suas próprias descrições?

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Royal Salute Diamond Jubilee, a garrafa é bonita, mas e o whisky?

Nossa função não se resume apenas a noticiar acontecimentos e fatos relacionados com whisky e outros destilados. Sempre que possível procuramos ter uma postura crítica, informativa e principalmente educativa sobre as diversas bebidas das quais falamos nesse blog.

Não poderia ser diferente com respeito ao Royal Salute 21 Diamond Jubilee, novo lançamento da Chivas Brothers.

O Blended Royal Salute é excepcional. Não há duvidas da qualidade deste grande whisky. Uma obra de arte lapidada constantemente pela perícia, experiência e olfato de Colin Scott, master blender da Chivas.

O ponto que queremos levantar, entretanto, é que o líquido dentro da bonita garrafa do Royal Salute Diamond Jubilee nada mais é do que o simples Royal Salute 21 anos. Não existe nenhuma indicação de que os whiskies que compõem a versão comemorativa do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II sejam distintos ou fruto de uma edição especial do Royal Salute.

A garrafa da versão Diamond Jubilee é muito bonita. É uma lembrança especial dos 60 anos de reinado da Rainha Elizabeth II. Porém, é a única razão para se pagar mais caro neste whisky do que a versão normal do Royal Salute 21 anos (um grande whisky como frisamos anteriormente). A diferença de preços está meramente na diferença entre as garrafas.

É bom alertar que whiskies armazenados em garrafas de porcelana, como as do Royal Salute, evaporam mais rápido do que em garrafas convencionais de vidro. Dessa forma, ainda que seja uma bela garrafa para guardar e exibir na estante em saudação a sua mejestade Elizabeth II, o melhor seria já ter alguma data especial em mente para abrir o seu Royal Salute 21 Diamond Jubilee.

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Últimos Mitos Sobre Whisky

Por Alexandre Campos

Doze é um número mítico e místico. Doze foram os deuses olímpicos do panteão, os apóstolos que seguiram Jesus, as tribos de Israel e os trabalhos de Hércules. E com doze mitos encerramos nossa seção mitológica sobre whisky.

O décimo mito é de que o whisky Bourbon tem que ser envelhecido em barris virgens de carvalho americano. A legislação americana diz que os barris têm de ser virgens e de carvalho. Entretanto, não faz nenhuma menção ao tipo de carvalho a ser usado. Dessa forma, carvalho europeu também pode ser usado no envelhecimento de whisky Bourbon. Porém, por uma questão econômica os produtores de Bourbon acabam usando o carvalho americano que é plantado e, como o próprio nome já diz, encontrado em território americano.

Bourbon Virginia Gentleman

E o nosso décimo primeiro mito fica com os que acreditam que whisky Bourbon só possa ser produzido no estado de Kentucky. Ainda que o estado de Kentucky seja o maior produtor, Bourbon é produzido em vários outros estados americanos. Como é o caso do Bourbon Virginia Gentleman, produzido no estado da Virginia.

Apenas Bourbon e Tennessee whisky são produzidos nos EUA. Décimo segundo mito! Existem whiskies de centeio (rye whisky), whiskies de milho (corn whisky) e até mesmo Single Malt whiskies sendo produzidos na terra do Presidente Barack Obama.

Será que Hércules tomou um whisky para relaxar depois dos seus Doze Trabalhos? Ao menos um vinho ele deve ter encarado depois de tanto esforço…

 

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Alguns Mitos Sobre Whisky – Parte IV

Um dos mitos mais intrigantes se refere a adição de água ou gelo ao whisky. É comum escutarmos a célebre frase em relação ao nosso oitavo mito “…o whisky levou tanto tempo para perder a água, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”.

O whisky levou mesmo muito tempo para perder a água? Quando que o whisky levou muito tempo para perder água? Durante o processo de destilação? Ou durante a maturação em barris de carvalho?

O processo de destilação leva apenas algumas horas para separar a água do álcool. O que não é tanto tempo. Podemos até dizer então que “…o whisky levou tão pouco tempo para perder água durante a destilação, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”.

Durante a maturação em barris de carvalho o whisky perde mais álcool do que água. A razão é simples, e explicada pela química. Álcool é mais volátil e evapora mais rápido do que a água. E podemos modificar a célebre frase da qual falávamos para “…o whisky levou tanto tempo para perder álcool, e o sujeito vai lá e tasca água no whisky…”. Que fique claro, portanto, que a maturação em barris de carvalho é para adicionar sabores e aromas ao whisky, e não para retirar sua água.

A função da maturação em barris de carvalho não é de retirar água do whisky, mas sim de adicionar sabores e aromas à bebida final

 

Os próprios produtores adicionam água ao whisky antes do seu engarrafamento de modo a reduzir sua graduação alcoólica para 40%. Busca-se, dessa forma, agradar com uma bebida menos alcoólica o paladar da maioria, que não apreciaria os chamados whiskies “cask strengths” saídos diretos dos barris.

A água apenas dilue os sabores da bebida. Já o gelo, “fecha” seus sabores e aromas. Portanto, ambos não são recomendáveis para quem quer apreciar o whisky em sua totalidade.

Já escutou que a grafia “whisky” só pode ser usada na Escócia, ou que nos EUA a grafia tem que ser “whiskey” com “e”? Está aí o nono mito!

Repare na grafia "whisky" no rótulo do Bourbon Maker's Mark

 

“Whisky” é usado em outros países também. Não existe patente sobre a palavra “whisky”, que é, de fato, usada também para descrever os whiskies japoneses e canadenses. Nos EUA as duas formas de grafia estão corretas. Há muitos whiskies americanos que são denominados de “whisky”, e o Bourbon Maker`s Mark é apenas um deles.

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Alguns Mitos Sobre Whisky – Parte III

Os mitos não ficam restritos apenas ao whisky escocês. É fácil encontrarmos também inúmeros equívocos com relação ao whisky americano.

Rótulo do Bourbon Jim Beam mostrando a expressão "Straight"

Continuando nossos artigos anteriores, seguimos com o nosso sexto mito. Ao contrário do que a maioria propaga, Bourbon não precisa ser envelhecido por no mínimo 2 anos. Essa idade mínima refere-se apenas ao Straight Bourbon. Portanto, quando se deparar com uma garrafa de whisky Bourbon contendo no rótulo a expressão “Straight”, pode ter certeza que trata-se de um whisky envelhecido por no mínimo 2 anos em barris de carvalho tostados e virgens.

O sétimo mito: Jack Daniel’s não é Bourbon, e sim Tennessee whisky já que usa em sua produção o processo de filtragem conhecido como charcoal mellow. E quem disse que esse processo de filtragem é exclusivo ao Tennessee whisky? Ou ainda, quem disse que os whiskies do tipo Bourbon não podem usar esse tipo de filtragem?

Não vamos questionar como o produtor chama o seu próprio whisky, mas o fato é que poderíamos enquadrar atualmente o Jack Daniel’s na categoria de Bourbon dado que: i) não existe nada na legislação que impeça os produtores de Bourbon de usarem o processo charcoal mellow; e ii) não existe legislação que obrigue o Tennessee whisky a usar esse método de filtragem.

Filtros de carvão de maple tree, pelo qual cada gota do Jack Daniels passará, de forma a retirar impurezas e deixar o whisky mais suave

Filtros de carvão de maple tree, que retirará as impurezas e deixará o Jack Daniel's mais suave

 

E por que então os produtores de whisky do Tennessee decidiram se distinguir dos produtores de Bourbon? Apesar dos dois tipos de whisky serem muito semelhantes e produzidos de maneira muito parecida, os produtores do Tennessee não quiseram se enquadrar as regras rígidas do Bourbon. Mantendo, dessa forma, a liberdade de produzirem seu whisky como lhes convier. Além disso, existe a questão de marketing de se diferenciarem dos produtores de Bourbon ao chamarem seus whiskies de Tennessee whisky se destacando, portanto, dos demais.

Como vimos, não é só de mito que vive o whisky escocês, o americano também.

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Alguns Mitos Sobre Whisky – Parte II

Talisker 10 anos – Perfeita Maturação em um Whisky Relativamente Jovem

Whisky, quanto mais velho melhor!

Esse é o quarto mito a ser derrubado, continuando nosso artigo anterior.

Os barris de carvalho contribuem com a grande parte dos sabores e aromas de um whisky. Sendo assim, whiskies jovens envelhecidos em barris de carvalho de boa qualidade são, via de regra, melhores que whiskies mais velhos maturados em barris de baixa qualidade. Além disso, whiskies muito envelhecidos podem ficar com sabores excessivamente amadeirados, que os tornam desbalanceados e desagradáveis.

Os whiskies de Islay, por exemplo, são geralmente melhores em suas versões mais jovens. O envelhecimento prolongado faz com que esses whiskies percam seus apreciados e peculiares sabores e aromas enfumaçados.

A qualidade do whisky escocês vem da pureza da água das Highlands!

Como dizem os britânicos, this is rubbish!

Esse é o quinto mito a cair por terra.

A água tem pouquíssima influência nos sabores e aromas de um whisky, se é que tem alguma. E não se esqueça que a principal função da destilação é separar o álcool da água do mosto fermentado.

Tudo bem que as destilarias precisam estar localizadas próximas a abundantes fontes de água. Whisky é feito a partir de três componentes básicos: água, cereais e fermento. Portanto, a água é um ingrediente fundamental na preparação da bebida e usada em várias etapas de sua produção, como para condensar os vapores de álcool provenientes da destilação.

Rio Livet que fica próximo a destilaria Glenlivet

 

Retornando ao mito, é certo que a água é essencial na produção de whisky, mas sua função é neutra em termos de sabores e aromas finais da bebida. Claro, que não estamos sugerindo que se use água do Rio Tietê na produção de whisky, ou qualquer outra fonte poluída.

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Alguns Mitos Sobre Whisky

Tão vasta quanto a diversidade dos aromas e sabores do whisky é a desinformação a respeito da bebida. Isso torna o assunto campo fértil para o surgimento de mitos e das famosas lendas urbanas em relação ao whisky.

Muitos parecem estar interessados apenas com o lado glamouroso da bebida, escrevendo sobre os astronômicos preços de algumas garrafas ou que tal whisky foi criado em homengam a tal Rei ou Celebridade. Nada de errado, gostamos desse lado da indústria também. Mas nos preocupamos, entretanto, com as características dos líquidos dentro das caras garrafas e com seus aspectos técnicos.

Talvez o primeiro mito a ser derrubado é de que o Single Malt é superior ao Blended. Existem no mercado Single Malts ruins e Blendeds maravilhosos, e vice-versa. O Blended whisky teve o seu valor histórico no desenvolvimento da indústria e continua agradando uma legião de apreciadores no mundo inteiro.

O detalhe é que os Blendeds, com suas especificidades, são feitos para agradar uma gama maior de consumidores. Apresentando, portanto, sabores e aromas mais suaves e menos encorpados do que o de um Single Malt. Se você não é chegado a sabores enfumaçados gostará mais do Blended Chivas do que de Single Malts como Laphroaig ou Talisker.

O segundo mito é o do whisky escocês de 8 anos no mercado brasileiro. A idade de um Scotch só está definida se estiver explícita no rótulo da garrafa. Assim é a regra determinada pela Scoth Whisky Association. Essa atribuição arbitrária de idades de Scotch Whisky no Brasil deve existir por uma questão aduaneira que classifica os whiskies em até 8 anos, até 12 anos e mais que 12 anos para efeitos de aplicação de impostos de importação. Mas é uma aberração que já tinha de ter sido consertada há muito tempo a bem do consumidor. Logo, não saia por aí dizendo que tomou um Red Label 8 anos, ou um Blue Label 21 anos. Esses whiskies são excepcionais, mas não têm idades definidas.

Dos whiskies da família Johnnie Walker, apenas Black, Green e Gold Label possuem idades definidas

 

Quem nunca escutou que whisky escocês é melhor que outros whiskies? Muitos whiskies japoneses vêm recebendo diversos prêmios em competições internacionais ajudando a derrubar um pouco esse terceiro mito. Sem dúvida a Escócia é o país com mais tradição na produção da bebida e com o maior número de destilarias em atividade. E é notória a grande reputação e qualidade do whisky escocês. Mas existem whiskies americanos e japoneses, por exemplo, de qualidades superiores aos escoceses. E como diz o ditado popular: “gosto não se discute”. Se você acha o whiskey irlandês o melhor do mundo, quem somos nós para afirmarmos o contrário?

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