matéria publicada no Estadão de 25/09/2102.
Bruna Tiussu /EDIMBURGO – O Estado de S.Paulo
Os escoceses gostam de afirmar que, com uma paisagem como a que possuem, chega a ser difÃcil não virar poeta ou escritor para usá-la de inspiração. Justificativa que vem lá do fim dos anos 1700, época em que Sir Walter Scott (1771-1832) se consagrou como primeiro poeta nacional – e, mais tarde, como o escritor mais célebre da Escócia.
Scott e seus conterrâneos também dedicados à s letras, como o poeta Robert Burns (1759-1796) e Robert Louis Stevenson (1850-1894), autor de O Médico e o Monstro, foram assÃduos frequentadores de clássicos pubs. E essa história você pode saber, com um pouco mais de detalhes, no tour dos pubs literários (edinburghliterarypubtour.co.uk; 10 libras ou R$ 33).
Criado em 1996, é uma mistura de passeio turÃstico com encenação, já que os dois guias-atores ora assumem o papel dos escritores, ora recitam trechos de suas obras. O ponto de encontro é o Beehive Inn, onde os participantes do tour fazem o primeiro brinde assim como Burns costumava fazer. Depois, são duas horas de andanças, histórias e pausas em outros pubs, que se orgulham de terem sido endereços de preferência dos literatos.
Destilado. Há quem vá por curiosidade, para fazer uma completa imersão sobre o processo de fabricação da bebida ou simplesmente para aproveitar a degustação sempre incluÃda. Mas não existe um só turista que não fique impressionado com a coleção de garrafas do Whisky Experience (tours desde 12,50 libras ou R$ 41). São mais de 3 mil unidades cor de ouro que brilham como joias preciosas dispostas em prateleiras.
E pasmem: a maior coleção de uÃsque escocês do mundo já pertenceu a um brasileiro. Foi por volta de 1970 que o paulistano Claive Vidiz, apaixonado pela bebida e o legÃtimo single malt, começou a viajar em busca de exemplares raros – como, por exemplo, uma das 69 garrafas de malte único Strathmill, envelhecida 100 anos, produzida para celebrar o centenário da destilaria Speyside. Depois de entrar para o Guinness Book, em 1993, decidiu vender todo seu acervo por um valor nunca revelado e, hoje, lá está ele exposto para quem quiser apreciar.
Na sala de exibição, a sua explicação, dada na época do negócio: “No Brasil, temos a expressão que diz que o bom filho à casa volta e, na minha visão, a coleção está de volta à sua famÃlia”.