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Arquivo do mês: maio 2015
Maurício Salvi analisa em detalhes o Glenfarclas Heritage.
Fundada em 1836 e adquirida em 1865 por John Grant, a Glenfarclas é uma das poucas destilarias escocesas ainda controlada de forma independente pela família Grant há seis gerações.
Glenfarclas é um dos maltes mais apreciados de Speyside. Seus alambiques são aquecidos com fogo direto, quando a regra na Escócia é o aquecimento com vapor. Tal aspecto torna seu malte diferenciado em termos de complexidade e oleosidade.
Os whiskies da Glenfarclas levam uma grande proporção de maltes envelhecidos nos caros e prestigiados barris de ex-vinho Jerez. Na versão Heritage predomina mais barris ex-bourbon, mas a junção com barris ex-jerez o torna bem equilibrado e balanceado em termos de aromas e sabores.
Publicado em Notas de Degustação / Vídeos
Com a tag Glenfarclas, Glenfarclas Heritage
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Os apreciadores de uma boa cachaça, como a gente, terão a oportunidade de aprimorar os seus paladares no novo curso do Laboratório de Tecnologia e Qualidade da Cachaça (ESALQ-USP).
O “Treinamento em Qualidade Sensorial da Cachaça”, nos dias 26 e 27 de junho, tem como ênfase capacitar os participantes a reconhecer e aperfeiçoar a percepção sensorial da cachaça, identificar qualidades e defeitos na bebida, inovação e geração de novos produtos mediante aprimoramento dos sentidos.
Quando: 26 e 27 de junho das 8h30 às 18h
Carga horária: 16 horas
Valor: R$ 890 até 31/05 e R$ 990 após essa data
Onde: Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ, na Av.Pádua Dias, 11, em Piracicaba, SP.
Perfil do evento: A cachaça é o principal destilado produzido e consumido no Brasil, porém ainda é pouco reconhecido no mercado internacional. A expansão do produto depende principalmente da sua qualidade química e sensorial. O conceito de qualidade sensorial engloba aspectos reconhecidos via órgãos do sentido e que determinam a identificação e classificação da bebida. A capacitação ao uso de ferramentas sensoriais, desenvolvidas especificamente para cachaça, amplia o reconhecimento da qualidade do destilado e gera embasamento para inovação.
Objetivos:
- Relacionar as etapas do processo de produção com a influência sensorial no produto final
- Treinar os principais sentidos (visão, olfato e paladar) mediante testes práticos
- Capacitar ao uso das principais ferramentas sensoriais desenvolvidas especificamente para análise da cachaça, incluindo o “Mapa de Aromas da Cachaça”
- Apresentar metodologias sensoriais direcionadas para inovação em cachaças
- Diferenciar os tipos, origens e classificações da cachaça a partir do contexto sensorial
- Reconhecer importantes regiões produtoras do Brasil e seus produtos
Inscrições: http://fealq.org.br/informacoes-do-evento/?id=256
Corpo docente
Dr. André Ricardo Alcarde – Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor pela ESALQ/USP. Pós-Doutorado em fermentação e destilação pelo INRA (InstitutNational de laRechercheAgronomique – Montpellier, França). Professor do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN/ESALQ/USP), com atuação na área de tecnologia da produção de bebidas fermentadas e destiladas.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706863J6
Aline Bortoletto – Doutoranda e pesquisadora do Laboratório de Tecnologia e Qualidade de Bebidas (LTQB – ESALQ-USP). Cientista de Alimentos formada pela ESALQ-USP, com especialização em compostos de aromas, envelhecimento de bebidas alcoólicas, análise sensorial e psicologia cognitiva, na AGROSUP Dijon e no Institut Universitaire de la Vigne et du Vin (IUVV – Université de Bourgogne, França).
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4266779Z0e
Hoje, 21 de maio, é o Dia da Cachaça Mineira. A data simboliza o início da safra de cana-de-açúcar cultivada e usada na produção da cachaça artesanal em Minas Gerais, e é comemorada desde 2001 quando Itamar Franco, então governador, assinou a Lei No. 13949/2001, que regulamenta a produção da Cachaça em Minas Gerais.
O estado de Minas Gerais conta hoje com aproximadamente trezentos e cinquenta produtores formalizados que comercializam por volta de mil marcas, muitas de renome nacional e internacional.Destaca especial vai para o município de Salinas, localizado na mesorregião Norte de Minas, que é a principal referência no estado com mais de sessenta marcas. Um brinde aos produtores mineiros que buscam manter a tradição da cachaça artesanal produzida nas Minas Gerais.
Chame os amigos para celebrar e apreciar uma boa cachaça de alambique mineira. Bons exemplares não faltam como: Germana, Canarinha, Vale Verde e Anísio Santiago, para citar alguns.
Saúde e boas doses!
Publicado em Cachaças de Alambique
Com a tag Anísio Santiago, Cachaça de Alambique, Canarinha, Germana, Vale Verde
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Hoje (19/05) no cine Caixa Belas Artes (SP) por apenas R$ 6,00 você assiste a três curtas-metragens nacionais com direito a uma dose do whisky Johnnie Walker Black Label 12. Boa pedida para uma terça-feira!
Com curadoria de André Sturm, o projeto faz parte da Sessão The Walkers, uma parceria entre o Caixa Belas Artes (SP) e a marca escocesa de whisky Johnnie Walker. Uma terça-feira por mês, o cinema promove a Sessão The Walkers de curtas-metragens.
A Sessão hoje começa com o curta “Da Origem”, de Fabio Baldo, que recebeu menção honrosa no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo (2011). Participou da Seleção Oficial da Janela Internacional de Cinema do Recife (2011) e do Festival Internacional de Cine de Viña del Mar, Chile (2011). A história se passa no período neolítico. Fala de um indivíduo que luta contra a força de uma origem que está ligada à sua própria existência.
O segundo curta é “TemHorário”, de Cristiano Calegari. A história provoca o espectador com a ironia do tempo regendo a vida de um cidadão. O curta foi filmado dentro do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo.
Por fim temos “Muriel”, de Vanessa Cavalcante. Premiado como Melhor filme cearense no 2º Cine Festival (2015), o curta conta a história de Muriel, que decide arrumar uma namorada a qualquer custo e se inscreve em um programa de TV.
Após a exibição dos filmes, os diretores encontram o público para um bate-papo bastante informal, bem ao estilo happy hour.
A bebida só é vendida para maiores de 18 anos, mediante a apresentação do RG.
Sessão The Walkers
R$ 6 (o ingresso dá direito a uma dose de whisky Johnnie Walker para os maiores de 18 anos, mediante apresentação do RG)
Quando: Terça-feira (19/05) às 19:00
Onde: Caixa Belas Artes
Rua da Consolação, 2423
Consolação – Centro
São Paulo
(11) 2894 5781
Estação Consolação (Metrô – Linha 2 Verde)
Publicado em Blog
Com a tag Black Label, Johnnie Walker, Johnnie Walker Black Label 12
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Nosso especialista em destilados, Alexandre Campos, participou do programa Brasilidade da TV Câmara sobre Cachaça.
No vídeo e texto a seguir os produtores do programa relatam um pouco sobre a história do nosso grande destilado.
“A cachaça é quase tão antiga quanto o próprio Brasil. Surgiu junto com a introdução da cana-de-açúcar e já nasceu clandestina, pois concorria com o vinho e a bagaceira produzidos em Portugal.
De tão popular e consumida, era usada como moeda de troca no comércio de escravos que vinham da África, o que motivou a primeira grande rebelião do Brasil Colônia, a Revolta da Cachaça, em 1660. Já legalizada, foi o primeiro produto produzido no Brasil a ser exportado para a Austrália, então colônia britânica no século XVIII.
Apesar de muito apreciada e amplamente consumida, perdeu prestígio a partir do ciclo do café, no século XIX, passando a ser associada ao povão: virou “bebida de ralé”. Só no final do século passado é que passou a ser novamente valorizada pelos brasileiros. Ganhou qualidade e hoje é envelhecida em barris de madeira, igual a outros destilados famosos como uísque e conhaque.
Celebrada até em animação dos Estúdios Disney, a cachaça é um dos produtos mais fortemente associados à brasilidade fora do país.”.
A destilaria Kavalan, parte do grupo King Car, foi fundada em 2005 e está localizada na ilha de Taiwan. Seus whiskies vêm ganhando grande reconhecimento internacional e demonstrando que whiskies de qualidade podem ser fabricados em países com pouca tradição na produção da bebida.
O single malt Kavalan Solist Vinho Barrique foi eleito o melhor whisky de 2015 pela Whisky Magazine. E essa preciosiade foi apreciada por nosso consultor em destilados Alexandre Campos e Mauricio Salvi do canal de youtube Whisky em Casa, como pode ser visto no vídeo que segue.
Publicado em Notas de Degustação / Vídeos
Com a tag Eventos & Premiações, Kavalan
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Por “O Cão Engarrafado”
Sem nenhuma dúvida, um dos maiores compositores da virada do século 19 foi Igor Stravinsky. Mais do que um excelente músico, o maestro desafiou dogmas seculares da música clássica. Seu trabalho revolucionou a estrutura rítmica da música erudita, e foi largamente responsável pela consagração do dodecafonismo e serialismo como técnicas de composição. Mas fique tranquilo, isso não é um texto sobre música clássica.
Além de gênio musical, Stravinsky era também um homem de bom gosto, e muito espirituoso. A prova disso é sua frase “Meu Deus, tanto gosto de beber whisky que as vezes penso que meu nome é Igor Stra-whisky”.
Mas nem sempre as coisas foram fáceis para Stra-whisky. Durante sua vida, muitos de seus trabalhos geraram enorme polêmica. A história mais conhecida é da estreia do ballet “A Sagração da Primavera”, que ocorreu em 1913 no Théâtre des Champs-Élysées de Paris, e foi uma das primeiras obras dissonantes do mundo. Já no início do espetáculo, a plateia assoviava e vaiava. Até que, em uma escalada de fazer inveja a qualquer torcida organizada de futebol, os ouvintes começaram a chutar-se mutuamente, aos berros, arrancando poltronas e as arremessando nas cabeças uns dos outros.
Enfim, um ballet tranquilo, com gente equilibrada.
Um fenômeno parecido ocorreu recentemente com a Laphroaig, localizada na ilha de Islay, na Escócia, e famosa por seus whiskies com aroma defumado e bastante encorpados. No ano passado, a destilaria lançou o Laphroaig Select, uma versão mais democrática de sua obra já consagrada. E isso gerou muita polêmica entre seus fãs.
A maior crítica seria que a Laphroaig, ao invés de presentear seus fiéis com outra variação sobre o mesmo tema, teria preferido criar algo mais suave, menos encorpado e menos defumado. Um Laphroaig uma oitava acima. Na cabeça dos críticos, a ideia teria sido tentar agradar ao público ainda não fidelizado e aumentar as vendas da destilaria. Por conta disso, a reação de seus fãs foi também uma versão suavizada de “A Sagração da Primavera”. Sem descontrole físico-emocional e arremesso de cadeiras. Mas com muita gritaria.
No meu caso, a polêmica internacional despertou uma curiosidade quase doentia de experimentá-lo. Mas como sou fã de whiskies defumados, e especialmente da Laphroaig, imaginei que não passaria da primeira dose. Só que não foi o que aconteceu.
Se comparado às demais expressões da destilaria, o Laphroaig Select é, de fato, um whisky mais suave. Os aromas defumado e de maresia estão lá, só que mais discretos. E o sabor picante também, ainda que também suavizado, principalmente por conta da graduação alcoólica de apenas 40%. No entanto, o Select continua, sem dúvida nenhuma, a ser um Laphroaig. Tipo catupiry light. Continua sendo catupiry, só que mais leve.
Pensando bem, não. Catupiry light é qualquer coisa, menos catupiry.
O Laphroaig Select é composto por um pouco de quase tudo que existe no atual portfólio da Laphroaig. Em sua fórmula estão o Laphroaig PX, maturado em barricas de ex-jerez, o QA Cask, que utiliza barricas de carvalho branco americano, o Triple Wood, que é uma versão do Quarter Cask maturada em barricas de jerez, bem como o clássico Laphroaig 10 anos. Estes whiskies, depois de combinados, são maturados em barricas virgens de carvalho americano.
É inegável que, assim como “A Sagração da Primavera” de Stravinsky o Laphroaig Select destoa dos demais whiskies da destilaria. Mas não vá lançando seu mobiliário nele só por conta disto. Experimente. Se você, como eu, é cachorro velho frente aos single malts de Islay, abaixe suas orelhas e reconheça: poucas vezes a Laphroaig produziu algo tão versátil sem comprometer a complexidade, e com um preço tão convidativo.
Agora, se você for um iniciante nos whiskies defumados, o Select é simplesmente imperdível para você. É sério. Se Igor tivesse experimentado, mudaria seu sobrenome para Laphro-vinsky.
Tipo: Single Malt sem idade definida
Destilaria: Laphroaig
Região: Islay
ABV: 40%
Notas de prova:
Aroma: medicinal e defumado, mas não tanto quanto o Laphroaig Quarter Cask ou o 18 anos. Aroma de madeira queimada e frutas cítricas.
Sabor: defumado e levemente cítrico (limão siciliano), com capim santo, e final amargo e longo. Ao contrário da maioria dos Laphroaigs, há pouco defumado no sabor residual.
Com água: adicionando-se agua, o aroma defumado torna-se muito mais leve, e o limão siciliano fica mais evidente. O sabor de capim-santo também é ressaltado.
“O Cão Engarrafado” é Maurício Porto, advogado e colecionador de whisky. Seu interesse pelo destilado nasceu após uma viagem à Escócia, onde conheceu várias destilarias e o processo de fabricação de seus whiskies. Participou ainda de diversos cursos sobre a bebida, muitos organizados pela Single Malt Brasil (SMB) e pela Wine and Spirit Education Trust (WSET) de Londres. Assina o blog homônimo, “O Cão Engarrafado” (www.ocaoengarrafado.com.br).