Artigo da coluna mensal no Portal AreaH assinada por Alexandre Campos*, nosso consultor exclusivo em destilados.
“A mulher perfeita não deveria ser, além de bonita, inteligente e carinhosa, também apreciadora de um bom scotch?
Convenhamos, não seria muito melhor que sua esposa, namorada ou parceira o acompanhasse em algumas doses de whisky? A mulher perfeita não deveria ser, além de bonita, inteligente e carinhosa, também apreciadora de um bom scotch? Por que não?
Ainda bem que as coisas mudaram, e, hoje, cada vez mais mulheres apreciam destilados. Não param de surgir pelo mundo afora confrarias femininas de whisky, cachaça ou tequila. A página do Facebook “Women & Whiskies”, fundada por um grupo de americanas, já conta com quase 5 mil seguidores. E elas não apenas bebem, mas escrevem artigos, fazem degustações e promovem cursos sobre a bebida.
Afinal, quem foi que determinou que whisky só pode ser concebido por homens? O conceito é ultrapassado, e seus últimos defensores devem ser os clientes de um bar estilo “pé sujo” no interior do Texas, onde homem que é homem bebe a dose pura, sem gelo, no famoso estilo “cowboy”…
Eu participo de eventos relacionados ao whisky desde 2006, e percebo de ano para ano que as mulheres se fazem cada vez mais interessadas e presentes, embora continuem a ser minoria.
Só podemos entender a associação do whisky com o universo masculino a partir de dois pontos: i) as convenções sociais e ii) a elevada graduação alcoólica do produto.
Na França do século XIX, costumava-se dizer que apenas o champagne era uma bebida feminina, e portanto, a única socialmente aceita para as mulheres. E olha que, naquele tempo, a França ditava a moda no mundo…
Está certo: whisky é uma bebida com elevada graduação alcoólica, pelo menos 40% GL, a exemplo de outros destilados. Tamanha concentração de álcool afasta, sim, a maioria das mulheres, que preferem bebidas fermentadas, ou, no máximo, os drinques de destilados.
Felizmente, as convenções sociais caminham para um mundo mais igualitário, e as mulheres começam a acostumar-se com a alta graduação alcoólica do whisky. Algumas diluem a bebida com um pouco de água natural, o que é amplamente aceito pela maioria dos “experts”, como forma de liberar os aromas e sabores do destilado. Hoje, a minha relação com o whisky é bastante forte, mas levei tempo para entender plenamente a bebida e me acostumar com seu teor alcoólico. O resultado é que, depois de anos, só quero beber whiskies cask strengths — engarrafados diretos do barril — com 50% Gl para cima. Já estou mais que acostumado ao sabor e ao teor alcoólico do destilado, o que prova o fenômeno que os escoceses chamam de acquired taste for whisky.
E você, não gostaria que a mulher ao seu lado também curta whisky? A menos que o casal não aprecie a bebida, ou ela se mostre capaz de uma grande prova de amor, ao não beber para dirigir o carro na volta…
*Alexandre Campos é colecionador de whisky, realizou cursos em diversas destilarias, possui formação avançada em destilados pela WSET de Londres e é consultor de destilados da Single Malt Brasil, um site completo sobre bebidas que vale sua visita.
boa tarde, tenho uma coleção de whiskys de diversas marcas e idade, gostaria de saber se há interesse em compra ou indicação para algum colecionador, motivo mudança. Se precisar de detalhes , envio por email. Obrigada
Cara Romina,
Envie, por favor, o detalhe de sua coleção de whiskies para: contato@singlemalt.com.br
Você poderá, também, anunciar sua coleção em nosso Fórum na área “Classificados”.
Atenciosamente,
Vera
Equipe Single Malt Brasil