Na Escócia e Irlanda usa-se muito barris usados de vinho Jerez e vinho do Porto para se envelhecer whisky. A destilaria Macallan, por exemplo, construiu sua reputação e fama mundial ao envelhecer seus Single Malts apenas em barris de vinho Jerez (os chamados Sherry Casks).
A Glenmorangie é outra renomada destilaria escocesa que gosta de barris de vinho e vem realizando várias experiências chamadas de cask finish, que significa maturar o whisky em barris exóticos de vinho, como Sauternes e Super Toscano, por exemplo, por um perÃodo adicional de cerca de 6 meses.
A destilaria Bruichladdich não fica atrás e também vem inovando nesse sentido, e acaba de lançar o Octomore Comus 4.2. Para quem não sabe, o Octomore é a série de Single Malt mais peated do mundo. Sendo que o peat é uma espécie de intermediário entre turfa e carvão usado por algumas destilarias, principlamente as de Islay, nos fornos que secam a cevada maltada. O peat é, dessa forma, impregnado ao malte, conferindo um aspecto enfumaçado peculiar ao whisky.
Mas o interessante do Octomore Comus 4.2 não está nos 167ppm de fenóis que conferem seu status de Single Malt mais enfumaçado já produzido, mas sim no seu envelhecimento total em prestigiosos e raros barris do carÃssimo vinho Chateaux d’Yquem. O resultado é um belÃssimo whisky que mescla excepcionalmente bem os sabores enfumaçados do malte de Islay com a elegância e os sabores adocicados de pêssego, laranja mel e damasco do vinho Sauternes.
O Octomore Comus ainda não está disponÃvel no Brasil, mas outras excelentes versões do Bruichladdich podem ser encontradas no nosso mercado.
A propósito, Comus é filho de Baco com Circe!